segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Preparando o Natal...


Faltam pouco mais de 3 meses para o Natal, e aos poucos e poucos algumas coisas começam a ganhar forma cá em casa. Há compotas diversas - feitas com produtos caseiros da quintinha dos meus avós e colocadas em frascos reutilizados e guardados ao longo do ano, há também licor de cereja uma receita da avó que aproveitei para aprender e assim gastar as muitas cerejas que me trouxeram. Com a abundância das ameixas fiz chutney e tenho ali uns frasquinhos para presentear algumas pessoas.
Tenho também uma abóbora enorme à espera para ser preparada e transformada em doce ou bolochas ou bolos. E os marmelos que ainda vão chegar para acabarem em marmelada e geleia vermelhinha.
Tudo coisas simples, preparadas ao sabor do que cá chega a casa.
E são estas as minhas "prendas" de natal, os mimos que gosto de dar a quem é importante para mim. Desde há muito tempo e não apenas em tempos difíceis. Porque o Natal é, para mim, muito mais do que consumismo, prendas compradas à pressa, brinquedos para as crianças que na maioria das vezes não lhes ligam mais do que 5 minutos, "concursos" acerca de quem dá a melhor prenda e quem recebe os melhores e mais caros presentes. Não, o meu Natal não é nada disso.
Por isso aqui  faz-se o que sempre se fez. Fazem-se presentes pessoais com o que se tem e não se quer deixar estragar. Reaproveitam-se e reciclam-se caixas, papeis, fitas, frascos e latas. Em Dezembro, enquanto meio mundo se vai meter em centros comerciais e em lojas a venderem Natal, cá em casa acende-se a lareira e ouvem-se músicas de Natal enquanto se pintam caixas, decoram frascos e se fazem bolachinhas. Enquanto famílias inteiras rasgam aceleradamente os embrulhos e acabam a dormir em frente à teevisão antes da meia-noite, no meu Natal canta-se ao Menino Jesus, convive-se à volta da mesa, vai-se à missa do Galo e distribuem-se sorrisos e lembranças caseiras feitas com amor, carinho e dedicação.
É por isto que não compreendo quando algumas pessoas dizem que este ano não há Natal para ninguém.
É por isso que este ano, numa altura em que tudo e todos falam do que se não pode gastar, dos cortes, dos aumentos, de orçamentos, de gastos e de poupança eu espero que muitas pessoas se apercebam que o Natal não são prendas caras e embrulhos luxuosos.
Se apercebam que apesar das dificuldades podemos na mesma fazer Natal e oferecer, partilhar e celebrar tanto neste como em todos os Natais.  Mas pode ser que finalmente tenha chegado a altura de perceber que os "presentes" não precisam de ser nem caros, nem comprados em nenhuma loja. Um desenho, uma foto especial, um telefonema a alguém com quem não se fala há muito tempo, uma compota caseira, um cd gravado em casa com uma selecção especial, um pedido de desculpas, um cachecol tricotado à mão, um vasinho com uma planta do nosso jardim que cuidadosamente replantamos, uma amizade retomada, uma cestinha de ovos caseiros, uma saquinho feito à mão, oregãos apanhados num passeio pelo campo, um objecto pessoal com significado especial para alguém, um saquinho de alfazema do jardim para perfumar a roupa... E que com pequenas coisas façam um verdadeiro Natal.
E escusam de vir com ideias e teorias acerca do Natal ser das crianças ou dos ricos. O Natal é de todos os que querem fazer Natal.
E como ainda faltam 3 meses para o Natal, que tal começarem a preparar-se?

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